Carolina Gomes de Moraes – nascimento do Tomás

Tudo começou na sexta-feira dia 13/07, após as 15:00 hs, depois de bater perna no centro da cidade resolvendo as últimas coisas para a chegada do Tomás, andei por 3 horas, quando cheguei em casa o tampão começou a cair, vi mesmo que algo ia acontecer, pois estava me sentindo diferente na rua com dores nas pernas e um pouco indisposta, porém pensei que tinha sido pela noite anterior onde fiquei muito tempo em pé na minha colação de grau.

Quando vi o sinal do tampão fiquei feliz e sabia que naquele fim de semana meu menino ia chegar, e o pai poderia acompanhar tudo, pois ele estava de viagem marcada para dia 22/07, à tarde fiquei sentindo cólicas muito leves e sentia a barriga endurecer, mas nada incômodo e foi assim o restante do dia.

À noite fui ficando ansiosa e não conseguia dormir, mas mesmo assim deitei apenas pra descansar, pois sabia que isso era necessário para o tão esperado trabalho de parto, dormi bem até umas 9:00 hs, acordei e continuou saindo tampão e as cólicas continuaram também, porém com intervalos menores mais ou menos de 15 em 15 minutos.

Como eu ia para uma maternidade em outra cidade, (moro em Taubaté e pari em Jacareí, que fica a uns 45 minutos de onde moro), resolvi na hora do almoço ir pra lá, segui meus instintos , seguindo o conselho da Kátia (enfermeira parteira). Engraçado que a conheci no final da gestação de 7 para 8 meses, quando fui conhecer o São Francisco, por indicação da Gizele, até então só tinha falado com ela por telefone e ela se prontificou a nos acompanhar para conhecer a maternidade.

Quando eu cheguei lá pra conhecer o local fiquei no estacionamento do hospital esperando ela chegar, mas não sabia como ela era, e ela também estava lá esperando, acho que daí viu uma barriguda e se aproximou e perguntou se eu era a Carol, rimos nos cumprimentamos e ficamos esperando a Gi para ir conhecer o tal “Centro de Parto”, o qual adorei logo de cara. Quanto a Kátia a empatia e sintonia foi logo de cara, confiei nela no ato, parecia que já a conhecia há anos e senti uma coisa boa, ela é mesmo uma pessoa especial e iluminada, então no dia 17/07 quando fui pra lá não pensei duas vezes, aliás, nem pensei em nada, simplesmente peguei o telefone e pedi pra ela ir pra lá também, eu sentia que tinha que ser com ela a realização desse sonho, esse parto tão esperado.

No caminho senti seis contrações leves com espaço de 5 minutos, achei que tava perto, lá passei pelo GO de plantão que fez um toque e constatou 3cm de dilatação e bebê alto, ela sugeriu então que eu fosse passear, andar e relaxar pra estimular o TP e assim fomos eu Kátia e o Cláudio meu marido passear no shopping.

Comemos, fiquei lá andando subindo e descendo as escadas, andamos pelo centro da cidade e os dois andando junto comigo (coitados), voltamos pra perto do hospital e ficamos andando por lá subindo morro, conhecendo o bairro, lá pelas 18:00 hs voltamos ao São Francisco e novamente fui examinada pela mesma GO, tinha evoluído mais um pouco estava com quase 5cm e o bebê descido mais um pouco, a médica sugeriu uma cardiotoco para verificar a intensidade das contrações, pois eu não sentia incômodo, com o bebê estava tudo ótimo e as contrações não estavam ainda eficientes, resolvi não internar ainda, mas também não queria voltar pra casa, algo me dizia pra não voltar.

Kátia foi pra casa descansar, e eu e Cláudio resolvemos ficar em algum hotel da cidade, porém tava rolando uma festa regional e a cidade tava cheia e os hotéis também, ficamos num Motel mesmo, pois eu precisava urgente de um banho e descanso antes paramos numa pizzaria pra abastecer, chegando no Motel tomei um longo banho e fiquei tão disposta que deu vontade de namorar.

Foi ótimo, isso deveria ser por volta de 21:00 hs, meu marido deu uma dormida, eu fiquei deitada mas não consegui dormir, mas descansei bem, daí em diante o TP engrenou com contrações fortes de 5 em 5 minutos, quase meia noite chamei o Cláudio e resolvemos voltar ao São Francisco, liguei pra Kátia no meio do caminho, acabamos ficando longe do hospital, no caminho tive que ir no banco de trás de cócoras pois era a única posição que sentia alívio e respirando fundo também trazia alívio.

Ao chegar, outro médico de plantão fez novo toque e constatou 5cm, resolveu internar, fui pro Centro de Parto, um quarto equipado para o parto natural, chuveiro à vontade, música ambiente relaxante, tudo muito favorável, pouco antes da Kátia chegar a enfermeira de plantão colheu sangue para os exames e me deu a roupa verde de lá, que até que era bonitinha, não ficava com bumbum de fora não, enquanto isso Cláudio ficou fazendo a internação. Eu me deitei um pouco na cama e senti vontade de vomitar só deu tempo de pendurar a cabeça e lá se foi toda a pizza no chão do quarto.

Kátia chegou acompanhada de Patrícia (que eu ainda não conhecia) e logo tomou controle das coisas, colocaram a bola, a banqueta de parto, e começou a sessão relaxamento.

Fui logo pro chuveiro sentada na bola e Patrícia ficou comigo massageando a lombar onde eu mais sentia dor, (que mãos de fada tinha essa mulher) com as massagens dela a coisa aliviava muito, a Kátia ficou conversando com o Cláudio, desses detalhes não tenho muito certeza, pois, além da dor eu fiquei concentrada em respirar para o alívio da dor e ficava de olhos fechados para me concentrar, então não vi muito o que acontecia ao redor.

Sei lá depois de quanto tempo sai do chuveiro e tentei caminhar fora do quarto, Patrícia sempre comigo, eu me apoiava nela, abraçava ela, sei lá me sentia bem fazendo isso, me sentia amparada, fora as constantes palavras de carinho e incentivo dela e da Kátia, mas não consegui ficar muito tempo em pé, o melhor jeito era sentada na bola mesmo e com o corpo inclinado para frente apoiado na cama e com os 3 na minha orelha falando só coisas boas.

Acho que comecei a ficar muito chata, pois tive uns dois ou três episódios de vômito e comecei a sentir fraqueza, e os três tentando me dar suco, biscoito e eu não conseguia comer, mas eles insistiram e me deram na boca mesmo, comi e bebi o que consegui.

Não lembro ao certo a hora, mas Kátia resolveu fazer um toque e constatou 7cm e Patrícia se animou e sugeriram que eu fosse pro chuveiro, mas eu muito chata me recusava, não queria mudar de posição por nada no mundo, teve vezes que lembro de eu ficar pedindo Buscopan pra Kátia e ela me enrolando (graças a Deus) eu achava e falava que não ia agüentar e elas sempre dizendo, que já estava no fim, e eu confiava, elas foram tudo neste momento.

Cláudio também fazia o que podia segurava a minha mão, me beijava para tentar aliviar a dor, dor essa que eu encarava como a melhor coisa, pois estava trazendo meu filho pra mim.

Resolvi ir pro chuveiro e foi a melhor coisa que fiz, as dores aliviaram e muito, entre uma contração e outra eu cochilava e até sonhava (engraçado que lia relatos onde as mulheres contavam desses cochilos e sonhos e ficava imaginando como isso acontecia) e não é que aconteceu comigo! Relaxei mesmo, e lembro de Patrícia conversando contando da filha dela a Isabele, mas a voz dela ficava longe de tão relaxada que fiquei, aquela água quentinha e eu sentada na bola, tudo de bom. As 4:40 hs senti a bolsa romper, muito gostosa a sensação. Patrícia informou as condições do líquido para Kátia, claro e com grumos, tudo bem conosco, continuei ali mesmo relaxando, depois disso perdi a noção do tempo, mas parece que foi muito rápido, as contrações ficaram muito próximas umas das outras, fiquei meio que em transe.

Patrícia desligou o chuveiro, me secou e ficou em pé atrás de mim e eu encostei nela sentindo as últimas contrações, logo senti uma imensa vontade de fazer cocô, Kátia entrou e disse, “pode fazer”, a pressão era grande mas já não sentia dor, só uma grande pressão, Kátia sugeriu que eu sentasse na banqueta, mas eu não conseguia sair do lugar, fiquei em pé apoiei as mãos na parede e o Tomás coroou, Kátia falou se eu queria sentir a cabeça, coloquei então a mão, que delícia sentir como ele era cabeludo.

Fiz força naturalmente sem ninguém me dando ordens e nem impondo nada, e às 5:15 hs da manhã de 15 de julho, finalmente trouxe meu lindo menino ao mundo, Kátia o amparou, chamei Cláudio e falei olha nosso filho ta nascendo ele chorou de emoção, sentei novamente e ela o colocou nos meus braços do jeitinho que eu queria, ele não chorou apenas resmungou, cheirei ele e senti o cheirinho de vida.

Cláudio não quis cortar o cordão então eu mesma cortei, o colocaram no berço aquecido para a pediatra avaliar, e nisso eu sentei na banqueta de parto para parir a placenta, foi rapidinho, Patrícia e Zizi (a enfermeira que trabalha lá e nos proporcionou toda a liberdade de fazer tudo como quiséssemos) avaliaram e viram que não tive nenhuma laceração, oba, assim que saiu a placenta já me levantei tomei um belo banho, enquanto o pai paparicava o filho sendo avaliado.

Contaram-me depois que foi amor a primeira vista eles dois, pois Cláudio conversou com ele tocou ele e ele abriu os olhos para olhar o pai e ficaram se curtindo, mas para não dizer que foi tudo tão perfeito, a pediatra detectou um sopro e ele teria que ser avaliado melhor, teve que ir pra uma tal UCI (Unidade de Cuidados Intermediários), onde ele ficou no berço aquecido com um aparelho para avaliar os batimentos cardíacos, eu mesma o levei tamanha era minha disposição.

O deixei lá com o coração apertado, pois eu queria ter logo posto ele no peito, ficar aconchegada com ele, mas tinha que ser assim mesmo e no final graças a Deus não era nada importante o tal sopro. Logo cedo já fui amamentá-lo e ele pegou super bem e mamou gostoso. Ao final de tudo eu não acreditava que tinha conseguido, foi muito mais do que sonhei do que esperei, foi melhor, foi mais especial e tudo isso graças a todas as pessoas que citei neste relato, peças fundamentais para eu conseguir o que eu queria, começando por você Rebeca amiga querida que me mostrou que podia ser diferente e que todas nós podemos conseguir, a Gizele que do nada se tornou uma grande amiga e me apresentou Kátia, pessoa mais que especial que junto com a Patrícia fizeram um trabalho lindo de muita paciência e dedicação, a meu marido Cláudio que pensei que não ia ter coragem de ficar lá comigo vendo tudo, me surpreendeu e se mostrou forte e muito corajoso ficando sempre ao meu lado, fazendo tudo o que eu pedia, eu amo você meu amor, ao meu filhote Lucas que se comportou direitinho ficando em casa sem dar trabalho nenhum pra tia Denise minha irmã.

Kátia querida agora não tem jeito você também faz parte da minha família. Agradeço infinitamente a Deus por ter me dado a vida e a capacidade de gerar e parir, pois ser mãe é um dom maravilhoso que eu amo de paixão.</p><p class=”blocotextog”>Um grande beijo cheio de carinho a todas as pessoas que junto comigo participaram e partilharam destes momentos de grande emoção na minha vida.

Carol mãe de Lucas três anos PNH e Tomás um mês PNH naturalíssimo

Carolina G. de Moraes – Tomás